quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Abre-te Sésamo

"Dão-me licença que passe primeiro?"

Devem ter sido estas as palavras, plenas de mordomia e boa educação, que o major Reinado proferiu antes de sair pela porta principal da prisão de Becora, ao ver que o resto dos reclusos estava cheio de pressa para porem as patas fora do recinto fechado.
Inexplicavelmente, segundo as notícias que vêem a público, não havia guardas da força internacional no exterior da prisão. Então e os próprios dos guardas prisionais? Estavam a acabar de tomar o café depois do almoço?

Há luz no fundo do túnel

Pergunto-me quem terá sido a inteligência suprema que deitou contas à vida sobre o prazo de conclusão das obras do Túnel do Rossio.

Matemática básica e medição do tempo é coisa que não deve existir na cabeça do arquitecto/projectista/engenheiro que planeou semelhante obra.

Mais cinco anos? Porra!
Que a obra tivesse um atraso de 2 ou 3 meses ainda era compreensível, já que, naturalmente, existem imponderáveis e a criatura deve-se ter esquecido das férias de verão e Natal dos diversos trabalhadores, mas pedir uma prorrogação por mais 5 anos é um verdadeiro atentado à inteligência do comum cidadão.

Provérbios IV

- Burro velho não aprende línguas
- Cá se fazem, cá se pagam
- Onde mija um português, mijam logo dois ou três
- Quem é amigo de todos, não o é de ninguém

terça-feira, 29 de agosto de 2006

O que tem que ser tem muita força

Deparei-me, na página principal do Sapo, com uma votação sobre se a populaça acha os manuais escolares caros ou baratos.

90 e tal por cento acha que os ditos manuais são caros, enquanto que pouco mais que 5% acha razoável o preço e 1,6% acha que são baratos.

A nossa cria vai, a partir da próxima semana, para um berçário pelo qual, só de mensalidade, vamos ter que arrotar com 210 euros.
Ainda não tem manuais escolares, não fala (só palra e ainda não diz asneiras), até gosta que lhe mudem a fralda e vai dormir durante uma grande parte do tempo.
Ou seja, para as educadoras, o mais difícil poderá ser a hora de dar a sopa e aturar os breves momentos de berros estridentes antes de adormecer. Afinal de contas, coisa pouca.

A avaliar pelas informações que fomos recolhendo e as comparações que fomos fazendo com outros casais na mesma situação, os 210 euros são um valor bastante razoável e, até, ligeiramente abaixo do que é o normal. Mas, porra, são 210 euros!

Interrogo-me como é que famílias com recursos financeiros mais baixos que o nosso conseguem comportar este tipo de despesa e aguentar até ao fim do mês sem se privarem de outras coisas que fazem parte do dia-a-dia.

Tudo isto faz-me pensar no que diz a Constituição da República onde, em diversos capítulos e artigos, se podem ler proposições como “todos têm direito à educação e à cultura” ou “na realização da política de ensino incumbe ao Estado assegurar o ensino básico universal, obrigatório e gratuito, criar um sistema público e desenvolver o sistema geral de educação pré-escolar, garantir a educação permanente e eliminar o analfabetismo” ou, ainda, “o Estado criará uma rede de estabelecimentos públicos de ensino que cubra as necessidades de toda a população.

Claro está que está salvaguardado o direito à criação de estabelecimentos de ensino particulares e de carácter cooperativista e, caso o cidadão optar pelo ensino privado, muitas vezes obrigado por causa das filas de espera que levam anos a satisfazer, azar o dele.
Mas o pessoal tem que ganhar o pão, as crias não podem ficar sozinhas em casa, as costas dos avós já não aguentam o esforço e o que tem que ser tem muita força.

Provérbios III

- A ignorância da lei não desculpa a ninguém
- Junta-te aos bons, serás como eles; junta-te aos maus, serás pior do que eles
- Entre marido e mulher nunca metas a colher
- Quem não tem dinheiro não tem vícios

segunda-feira, 28 de agosto de 2006

Temos euros suficientes?

De acordo com um dos matutinos nacionais, o estado Português vai gastar, pelo menos e sem contar com as inevitáveis derrapagens orçamentais tão em voga nos últimos tempos, cerca de 12 milhões e 500 mil euros para enviar tropas para o Líbano.

A Organização das Nações Unidas tem, na sua composição, uma série de países que têm milhentas razões para enviar tropas para o Líbano e que podem ganhar muito mais com essa situação do que Portugal. No entanto, não o fazem. Espertos…

Connosco as coisas funcionam de maneira diferente. A economia nacional está de rastos, mas Portugal tem que ficar bem na fotografia e, por isso, toca de gastar um dinheirão com o envio de 200 alminhas para ajudar à festa que se vive naquela região, em vez de aplicar semelhante pecúlio noutras causas bem mais nobres e de cariz verdadeiramente nacional.

Alguma razão mais forte e patriótica nos deve levar a enviar tropas para locais recônditos que nada têm, nem nunca tiveram, a ver com o nosso país, como, por exemplo, o desejo de voltar à época das conquistas.
Mas devemos estar alerta, já que as conquistas custam caro aos cofres do país e, da maneira como isto está, talvez seja melhor começar a preparar mais um aperto dos cintos face à probabilidade de aparecerem mais impostos para pagar estes actos tão beneméritos.

Cabo Espichel

Enquanto estivemos de férias pelas bandas de Sesimbra, decidimos dar um salto a uma das atracções turísticas da zona, o Cabo Espichel.

É lamentável, para dizer o mínimo, o estado de degradação a que se deixou chegar a Igreja de Nossa Senhora do Cabo e as duas filas de alojamentos existentes de cada lado da igreja, que compõem a chamada Casa dos Círios e que formam o Terreiro do Cabo Espichel.

Igreja de Nossa Senhora do Cabo

Casa dos Círios

É lamentável que a Câmara Municipal de Sesimbra não faça mais por um monumento histórico que atrai, por ano, milhares de turistas, nacionais e estrangeiros.

Triste realidade

Acabaram as férias.

sábado, 12 de agosto de 2006

Português mais Português, não há

Apesar das férias e, sobretudo, ter dito que não ia gastar mais do meu tempo com o tema Obikwelu, não resisti a publicar mais um post na sequência das notícias da SIC que me levaram a ficar deveras incomodado e indignado.

Ao vencer os 100 e os 200 metros, o exausto Francis passou a herói nacional, com direito a felicitações por parte do Presidente da República e do Ministro da Presidência.

Indigna-me o facto de considerarem herói nacional, e darem tanta notoriedade ao episódio, alguém que, conforme as minhas suspeitas noutro post, reside e trabalha (leia-se treina) permanentemente em Madrid e que, pelas declarações que ouvi na reportagem, deverá falar melhor o Castelhano que a língua da bandeira que tanto defende.

Ou seja, alguém que de Português nada tem.
Francis, meu caro, devias era naturalizar-te Espanhol. Afinal de contas, Francisco também é um nome muito comum no país de “nuestros hermanos”.

sexta-feira, 11 de agosto de 2006

Férias

Vou de férias e os planos são simples: descansar do dia-a-dia do trabalho, revigorar a mente e aproveitar, ao máximo, as poucas horas de praia que nos são impostas pelos horários da cria.

Mais importante que tudo: vou poder estar com as minhas mulheres 24 horas por dia e desfrutar, plenamente, da vida familiar e do crescimento da bebé.
Até ao meu regresso.

EMEL

Será que a moda vai pegar em Lisboa?

Verdadeiramente chocante

O texto que acompanhou estas, e mais algumas fotos, dá conta de que a criança das imagens foi apanhada a roubar um pão.
Não encontro adjectivos nem ordinarices (desculpem lá a linguagem, mas filho da puta é muito pouco) para classificar quem aplica, desta forma cruel, um castigo ultrajante, monstruoso e, por demais, desmedido a uma criança que apenas quer saciar a fome.

Na minha modesta opinião, enfiar um tiro nos cornos, como sugerido no mail que me enviaram, a quem cometeu esta brutalidade, é pouco.

Meter-lhe as partes baixas debaixo dum camião tir, enfiar-lhe ácido sulfúrico pelos tímpanos dentro e partir-lhe, com o devido vagar, todos os ossos do corpo seria um correctivo mais à medida.
E, depois de tudo isto, ainda não lhe dava o tal tiro; o lento efeito corrosivo do ácido que cumprisse com a sua missão.

quinta-feira, 10 de agosto de 2006

Birra colectiva

De acordo com um conhecido jornal desportivo, uma das razões que levou o treinador Co Adriaanse a pedir a sua demissão do cargo de treinador do Futebol Clube do Porto prende-se com a birra colectiva dos jogadores.

Apesar de terem ganho, por 5 a 2, a uma equipa amadora holandesa, os jogadores foram repreendidos pelo técnico, que não gostou da exibição da equipa.

Feitos meninos mimados, decidiram não jantar com o mister, que deve ter ficado lixado com o facto de estar sozinho sentado à mesa, sem a companhia dos seus ilustres pupilos, e que o levou a demitir-se.
Fica por saber se o Co aproveitou o facto de estar no seu país de origem para nem sequer ter que fazer as malas para voltar a Portugal.
Afinal de contas, e apesar de não ser um voo muito longo, sabe-se lá que mais partidas os meninos birrentos lhe poderiam pregar?

Provérbios II

- Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura
- Cada um sabe de si e Deus de todos
- Deitar cedo e cedo erguer dá saúde e faz crescer
- Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje

RTC (Rádio Televisão Cubana)

De acordo com a notícia da Agência Lusa, o governo (democrático) de Cuba ameaçou os cidadãos que tenham aparelhos ilegais para captar os sinais de televisões estrangeiras com multas que podem chegar aos 30.000 pesos cubanos, ou seja, cerca de 1.050 euros.

Segundo o orgão informativo oficial do governo Cubano (Granma), as autoridades consideram que o conteúdo da programação atenta aos valores morais, culturais e patrióticos que sobressaem na televisão estatal cubana, ao mostrar a aparência do capitalismo, mensagens anti-cubanas e pornografia.

Ora, tendo em conta que o ordenado médio em Cuba anda à volta dos 15 euros mensais, o desgraçado do comum cidadão arrisca-se a ficar sem sete anos de ordenado, só porque quer ver umas gajas nuas no canal 18.
Será que o governo cubano considera que é melhor ver tudo ao vivo, e a cores, nas ruas de Havana onde, segundo ouvi dizer, o nível de prostituição é bastante elevado? É, sem dúvida, uma forma de fomentar a economia e manter os pesos cubanos dentro das fronteiras nacionais.

As contas da PJ

As recentes notícias apontam para uma situação financeira cada vez mais grave na Polícia Judiciária, com uma parte significativa da frota automóvel parada (por falta de manutenção) e, em alguns casos, os investigadores a terem que pagar, do próprio bolso, as despesas de serviço e receberem subsídios com meses de atraso.

É sabido que o governo já veio dizer que vai reforçar as verbas destinadas à PJ e estamos todos bem cientes que reforço de verbas, seja para onde for, implica, normalmente, reforço da carga fiscal em cima do “portuguesinho”.

Por isso, é de louvar a decisão do Tribunal de Portimão, que ajuda o contribuinte e a PJ, ao decidir dar a 16 arguidos, envolvidos num processo de corrupção, a hipótese de se livrarem da cadeia (caso não lhes apeteça cumprir a pena de prisão efectiva) mediante o pagamento total de 149.500 euros à Polícia Judiciária.

Aproveitando o tema da PJ, e apesar da referida situação financeira, a actual direcção da PJ, com a concordância do ministro Alberto Costa, optou adquirir um equipamento que vai permitir vigiar, mais de perto, as comunicações feitas através da Internet e que custa cerca de 500.000 euros.
Será que já estão a contar com o ovo no cu da galinha e com os 150.000 euros?

quarta-feira, 9 de agosto de 2006

Parabéns Francisco

E pronto! O Francisco, como parece que era de esperar, lá ganhou a medalha de ouro nos 100 metros.
Parabéns Francis! E parabéns, também, ao atletismo Português.
Notas:
- Depois da editar este post, fiquei a saber que o Francisco ainda vai correr na prova dos 200 metros. Não vou gastar mais a ponta dos dedos a editar posts para dar os parabéns ao Francisco, caso venha a vencer os 200, 300, 400 e a milha quadrada. Fiquem a saber que, se o homem ganhar, tem, novamente, os meus parabéns.
- Para os mais curiosos e/ou atentos, a sondagem que fiz sobre se o Francisco ganhava a medalha de ouro deu um resultado de 60% para o sim e 40% para o não.

terça-feira, 8 de agosto de 2006

Provérbios I

É daquelas coisas: uns reflectem muita sabedoria e razão; outros levam água no bico e merecem ser bem analisados; há aqueles que falam por eles mesmos e há, ainda, os engraçados.

Apesar de não serem expressões às quais tenha recorrido muito ao longo da vida, os provérbios sempre tiveram uma porta aberta no meu vocabulário e, por vezes, chegaram a mostrar-se relativamente úteis.

Por exemplo, cruzei-me, há algum tempo, com um velho raquítico que conduzia um belíssimo Porsche, novinho em folha, a 60 à hora na faixa da esquerda. Depois de fazer uma blasfémia (sinais de luzes e uma buzinadela), tive que infringir a lei e fazer uma ultrapassagem pela direita, ao mesmo tempo que abri a janela e “atirei”, alto e bom som, com o famoso provérbio “Deus dá nozes a quem não tem dentes”.

Outro exemplo, no qual penso muitas vezes, é quando sinto que existem verdadeiras desigualdades à minha volta. Claro está que a primeira coisa que me vem à cabeça é que (usando um sinónimo menos propício de ferir susceptibilidades) “quando o mar bate na rocha, quem se fecunda é o mexilhão”.

Como os provérbios são mais que muitos, decidi dar-lhes algum espaço no blog e contribuir, de alguma maneira, para a sua divulgação ou, simplesmente, para que os leitores relembrem algumas destas frases feitas. Aqui vão os primeiros:

- A boda e a baptizado, não vás sem ser convidado
- Para bom entendedor, meia palavra basta
- Casa onde não há pão, todos ralham e ninguém tem razão

Os mais felizes do mundo

Há por aí um cientista que decidiu desenhar o mapa-mundo da felicidade, baseando-se, para tal, em três factores que, segundo diz, influenciam a população dos diversos países: saúde, prosperidade e educação.

Diz o cientista que a Dinamarca é o país mais feliz do planeta, seguido pela Suiça e pela Áustria. No outro extremo, estão dois países africanos: o Zimbabué e o Burundi.

Neste mapa-mundo da felicidade, Portugal está a meio da tabela...

Ora, sabendo nós que a saúde no nosso país está pelas ruas da amargura, com maternidades a fechar a torto e a direito, com a manutenção das intermináveis filas de espera para determinadas intervenções cirúrgicas e com cada vez mais médicos e enfermeiros a falarem uma língua que não o Português;

Sabendo nós que prosperidade é coisa que, há já muito tempo, não se vê nas famílias portuguesas e que, bem pelo contrário, cada vez temos mais dificuldades em manter um nível de vida aceitável com os parcos ordenados que temos que gerir e esticar para chegar ao fim do mês;

Sabendo, por último, que a educação deixa muito a desejar, com níveis de insucesso escolar muito altos e grandes malabarismos em torno dos exames de acesso às universidades;
Chego à conclusão que o cientista deve ter cometido um erro crasso nas contas que fez e que Portugal deve estar, isso sim, lá mais para o fim da tabela.

Desculpas esfarrapadas

Segundo um estudo do Instituto da Inteligência, oito em cada 10 alunos com insucesso escolar dizem que têm dificuldade em acompanhar os raciocínios e os métodos de ensino dos professores, preferindo memorizar, em vez de analisar e absorver, com sapiência, a matéria dada.

Em jeito de conclusão, quase 90% dos alunos, com idades entre os 8 e os 14 anos, afirmam que se sentem completamente perdidos, no que toca a modos de aprendizagem, e que ninguém lhes ensina nada.

Os petizes vão mais longe, e apontam como causas a dificuldade que têm para descodificar o discurso dos professores, a ausência de métodos de estudo e a dificuldade que têm para gerir os tempos de estudo que necessitam para cada disciplina.

Ainda que reconhecendo a legitimidade do tal instituto e dos pesquisadores, aqui o Johnnyzito não está nada de acordo com essas balelas.

Que tal deixarem-se de queixumes e assumirem que esta geração passa mais tempo do que seria aconselhável no Messenger, em conversas estúpidas, e sem nexo, com gente que nem conhecem?

Que tal assumirem que estas crianças passam mais tempo do que deviam agarrados à PlayStation ou em frente à televisão a devorar porcaria, tipo “Morangos com Açúcar” ou a já famosa “Floribella”?

Que tal assumirem que são os pais que, frequentemente, têm a sua quota-parte de culpa ao deixarem crianças de 12 e 13 anos frequentarem bares e discotecas com a mesma frequência que outras gerações quando tinham 19 e 20 anos?

Deixem-se de “cenas, bués e butes lá” e eduquem esta geração como deve de ser!

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

O verdadeiro atleta nacional

Francis Obiorah Obikwelu já está qualificado para as meias-finais dos 100 metros, no Europeu de Atletismo que se realiza, por estes dias, em Gotemburgo.

Mais um feito para o desporto nacional; um feito que se espera possa ir muito mais além, já que Obikwelu é o actual campeão europeu dos 100 metros e tem todas as condições para revalidar este título.

Mas, quem é aquele em quem depositamos (os Portugueses em geral) tantas esperanças?


O atleta nasceu a 22 de Novembro de 1978 na Nigéria, repito na Nigéria, e naturalizou-se Português em 2001. Volto a frisar: nasceu na Nigéria e naturalizou-se Português, da mesma maneira que se podia ter lembrado de naturalizar Russo ou Etíope. Ou seja, não é um verdadeiro produto nacional.

Se calhar decidiu-se por Portugal por gostar do Sporting, clube que representa. Tivemos sorte, já que não simpatizou com outros clubes de outros países, porventura bem mais apetecíveis.

Mas a vida profissional do fenómeno do atletismo nacional tem mais que se lhe diga; a treinadora do Francisco (não nos esqueçamos que o rapaz naturalizou-se Português) chama-se Maria José Martínez e é espanholita de gema. Será que o Francisco, ou o Sporting, não encontraram nenhum treinador nacional à altura do desafio?

Não sei se a situação ainda se mantém e se os treinos se continuam a realizar fora de Portugal, mas, indo um pouco mais longe no meu ponto de vista, também não entendo porque razão o Francisco teve que ir viver para Espanha para se preparar para os Jogos Olímpicos de 2004, onde teve uma actuação brilhante em defesa das cores nacionais. Será que o nosso belo país, ou o clube que representa, não tem condições para que o atleta possa treinar convenientemente?

Apesar de toda esta prosa, ó Francisco, os meus sinceros votos de boa sorte para a prova que se avizinha.

Quatro meses

Faz hoje quatro meses que a nossa filha nasceu e dou comigo a fazer uma retrospectiva do que têm sido estes últimos tempos.

Em primeiro lugar, o tempo. Nunca na vida tinha desejado que o dia tivesse mais umas horas extra, mas a verdade é que 1.440 minutos sabem a pouco.
A criança cresce a um ritmo alucinante e todos os momentos deviam ser mais longos, de modo a poder desfrutar mais dum crescimento que, tantas vezes, parece ser excessivamente rápido.

Além disso, mais umas horas de sono não faziam mal nenhum.

Em segundo lugar, as novidades. Todos os dias a bebé nos oferece algo diferente. Uma reacção, um olhar, uma expressão, uma mijadela inesperada, enquanto mudamos a fralda, ou um cheiro diferente, provocado por uma série interminável de gases que persistem em sair do seu sedoso rabinho.

Depois vêm as mudanças no dia-a-dia do casal. Tudo se altera, e passamos a viver, em grande parte, dependentes da pequena criatura que requer toda a nossa atenção. Horários é coisa que deixa de existir, pelo menos nos primeiros tempos. As mudanças de fraldas, as refeições da bebé, os arrotos e as indispensáveis birras, antes de adormecer, passaram a moldar o nosso tempo.

Mas esta retrospectiva pode resumir-se em duas palavras: alegria e felicidade.

Alegria, porque, apesar dos problemas do quotidiano, encaro a vida de uma maneira diferente, só de pensar que sou presenteado, a todo o momento, com dois enormes sorrisos: o da mãe e o da filha.

Felicidade, porque é disso que se trata quando sinto que somos uma família unida e cheia de cumplicidade, dispostos a dar e receber tudo o que a vida tem de bom para nos oferecer.

Nota:
Para os interessados neste tema, e a título de curiosidade, fica a notícia de que, precisamente hoje, fomos com a cria ao pediatra. Está tudo muito bem, com um desenvolvimento normal (em alguns aspectos, acima do normal) para a idade. A próxima “guerra”: alterar os hábitos alimentares da cria e começar com as papas e sopas.

sábado, 5 de agosto de 2006

Perguntas sobre economia

A RTP andou a fazer perguntas de rua sobre a economia do cidadão comum e as respostas só vieram confirmar a triste realidade que se vive em Portugal.

A grande maioria das pessoas não pensa, sequer, no “pé-de-meia”, quanto mais em construir fortuna (que era a pergunta).
Para o comum cidadão basta ter dinheiro para chegar ao fim do mês.

Os sonhos da nossa filha

A filha adormeceu na nossa cama, depois dum biberão bem servido.

Dei comigo a olhar para a inocente criatura que, com um ar doce, começou a sorrir, assim que entrou num sono profundo. De repente, um grito abafado, que se prolongou durante 2 ou 3 segundos. Chegou, aliás, a abrir os olhos, como quem vai desatar a berrar sem razão aparente, para, subitamente, voltar ao tal sono profundo.

Apesar de já estarmos mais do que habituados, são estes os momentos e expressões que nos levam (aos pais) a rir que nem loucos, ao mesmo tempo que colocamos, sempre, a pergunta: que pensamentos passam por essa cabecinha e com que sonhas tu, filha?

Nota:
Há outros momentos que nos dão vontade de rir, como, por exemplo, a querida filha se peida com a mesma inocência que sonha. Neste caso, a pergunta assume contornos de indignação: havia necessidade dum cheiro desses, filha?

quinta-feira, 3 de agosto de 2006

A Cuba da família Castro

Como é do conhecimento geral, o líder cubano Fidel Castro anunciou, pela primeira vez em 48 anos de liderança do regime, que delega, se bem que provisoriamente, todos os seus poderes no irmão Raul Castro, já que tem que ser operado aos intestinos e vai ficar de baixa durante algumas semanas.

Provisoriamente, claro está, porque, a poucos dias de fazer 80 anos e visivelmente debilitado nas últimas aparições públicas que fez, a barbuda figura ainda está a pensar voltar, cheio de virilidade.

De acordo com algumas agências de notícias, a novidade apanhou de surpresa muitos cubanos, que ficaram às aranhas (uns contentes, outros desgostosos) e receosos com o futuro incerto que lhes avizinha.

Prova desta incerteza, acentuada pela circunstância da saúde do homem ter passado a segredo de estado, é o facto de muitos cubanos terem já começado a armazenar mantimentos, com medo duma crise ou dum golpe militar.

Não tenham medo, porque estas possíveis mudanças levam tempo.
Aliás, nada de regozijos prematuros. Para aqueles que pensavam aproveitar a mais antiga festa cubana para celebrar a prisão de ventre do Fidel, o famoso Carnaval de Havana, a desilusão foi total, já que as autoridades decidiram, sem dar qualquer tipo de explicação, cancelar os 8 dias de festividades.

Vamos às compras

Um olhar atento ao parque automóvel nacional revela que, cada vez mais, vemos matrículas recentes (números-letras-números) em viaturas mais antigas.

Por causa dos impostos aplicados no nosso país, o português aventura-se, com mais frequência, na procura de carros, novos ou usados, noutros países da União Europeia.

Como vivo neste maravilhoso país, à beira mar plantado, onde, em comparação com outros, ganhamos substancialmente menos e pagamos substancialmente mais, estou, também eu, a ponderar ir ao estrangeiro adquirir uma viatura.

Três notas:

Primeiro, de acordo um relatório da Comissão Europeia, Portugal foi o país da União Europeia onde se registaram os maiores aumentos nos preços dos automóveis (3,6% num ano).

Segundo, como não sou rico, lá vou ter que recorrer a um crédito bancário para levar, em notas, o dinheiro necessário para a compra da carripana. Ou seja, vou reler, e ter em conta, o que escrevi no post intitulado “Já falaste com o teu banco?”.
Por último, o caso dos carros serve, apenas, como exemplo. A verdade é que o terceiro parágrafo deste post aplica-se a muito mais. Veja-se a quantidade de gente que vai a Espanha comprar mobília ou a quantidade de “sortudos” que, por viverem junto à fronteira, aproveitam para comprar comida e roupa ou atestar os depósitos de combustível.

Já falaste com o teu banco?

Regra geral, o Português recorre ao crédito bancário para adquirir determinados bens, essenciais ou não, que fazem parte do nosso quotidiano.

Agora vem à baila a notícia de que os bancos ganham milhões de euros com os arredondamentos das taxas de juro que são aplicadas aos empréstimos concedidos ao comum cidadão.

Esta notícia dá, ainda, conta de que estes arredondamentos, aplicados sempre por excesso, geram, pelo menos, um ganho anual de cerca de 70 milhões de euros, se as contas forem feitas pelo acerto mínimo de um oitavo de ponto percentual.

Parece que há, por aí, uma associação que já enviou uma queixa, devidamente fundamentada, ao Banco de Portugal, na expectativa de ver reposta uma situação que, dizem, é ilegal.

Ou seja, pretendem que, à semelhança do que já acontece na vizinha Espanha, os bancos sejam obrigados a devolver ao pessoal os juros cobrados em excesso cada vez que pagamos, por exemplo, a prestação da humilde casinha.

Estou plenamente de acordo e muito expectante, de tal maneira que vou já falar com o meu banco.

E o caro leitor atencioso deste blog… Já falou com o seu?

terça-feira, 1 de agosto de 2006

Midland

Mesmo andando pelos últimos lugares, é sempre bom ter um piloto Português no circo da Fórmula 1 e, a meu ver, o Tiago Monteiro até tem feito um excelente trabalho, tendo em conta o material de que dispõe.

Mas, ultimamente as coisas não têm corrido bem e, depois de uma desistência, o piloto levou com uma desclassificação.

Aliás,
os dois carros da equipa Midland foram desclassificados, devido a irregularidades encontradas nas asas traseiras, que oscilavam por todos os lados, levando os comissários a pensar que eram flexíveis.
De qualquer maneira, é obra! Acabaram a corrida nos dois últimos lugares e ainda conseguiram ser desclassificados.

Há dias e dias

Todos os dias do ano são dias especiais, quanto mais não seja porque há sempre alguma alma que celebra o seu próprio dia.

Mas um olhar mais atento revela que, nos tempos que correm, há dias específicos para que possamos celebrar determinados factos, interesses ou objectos; uns mais importantes, outros totalmente irreais, estúpidos e absurdos.

Naturalmente, é importante que haja um dia mundialmente consagrado à Paz (1 de Janeiro), ao Doente (11 de Fevereiro), à Saúde (7 de Abril) ou à Família (15 de Maio).

Também são importantes os dias consagrados à Mulher (8 de Março), à Criança (1 de Junho) e ao Idoso (1 de Outubro).

Mas há coisas que não batem certo. Não encontrei, por exemplo, nenhum dia consagrado ao homem (leia-se macho).

Existe o Dia do Livro Infantil, mas não há nenhum dia do livro adulto; existe o Dia Internacional do Trabalhador (01 de Maio), mas não aparece em lado nenhum o dia do desempregado.

Há dias dedicados aos Não Fumadores (17 de Novembro), aos Enfermeiros (12 de Maio), aos Professores (5 de Outubro), ao Sol (3 de Maio), aos Canhotos (14 de Agosto), ao Relógio de Sol (21 de Junho) e à Aviação Civil (7 de Dezembro), só para citar mais alguns exemplos.
Então, os fumadores, os médicos, os alunos, a lua, os destros, o relógio de pulso e a aviação militar? Será que não são merecedores dum dia especial?

Por último, passemos aos cúmulos. O que é que a Bengala Branca fez para merecer um dia mundial?

Ou melhor... Nos Estados Unidos, o dia 8 de Maio é dedicado à não utilização de peúgas e à ingestão de uma Coca-Cola (No Socks Day e Have a Coke Day); o dia 28 de Maio é o Dia Nacional do Hambúrguer (National Hamburger Day).
Deixei para último o mais “importante” de todos. O National Dance Like a Chicken Day é celebrado a 14 de Maio, o dia em que todos os americanos dançam como galinhas (?).