quinta-feira, 3 de agosto de 2006

A Cuba da família Castro

Como é do conhecimento geral, o líder cubano Fidel Castro anunciou, pela primeira vez em 48 anos de liderança do regime, que delega, se bem que provisoriamente, todos os seus poderes no irmão Raul Castro, já que tem que ser operado aos intestinos e vai ficar de baixa durante algumas semanas.

Provisoriamente, claro está, porque, a poucos dias de fazer 80 anos e visivelmente debilitado nas últimas aparições públicas que fez, a barbuda figura ainda está a pensar voltar, cheio de virilidade.

De acordo com algumas agências de notícias, a novidade apanhou de surpresa muitos cubanos, que ficaram às aranhas (uns contentes, outros desgostosos) e receosos com o futuro incerto que lhes avizinha.

Prova desta incerteza, acentuada pela circunstância da saúde do homem ter passado a segredo de estado, é o facto de muitos cubanos terem já começado a armazenar mantimentos, com medo duma crise ou dum golpe militar.

Não tenham medo, porque estas possíveis mudanças levam tempo.
Aliás, nada de regozijos prematuros. Para aqueles que pensavam aproveitar a mais antiga festa cubana para celebrar a prisão de ventre do Fidel, o famoso Carnaval de Havana, a desilusão foi total, já que as autoridades decidiram, sem dar qualquer tipo de explicação, cancelar os 8 dias de festividades.

1 comentário:

Johnnyzito disse...

Caro Hugo,

Antes de mais, os meus agradecimentos pelo magnífico comentário.

Deixo, no entanto, uma pergunta que aplico a todos os items referidos:

Essa verdade escondida e as informações apresentadas foram fornecidas por quem? Pelo governo Cubano?

Não sei se teve oportunidade de ver o programa que, infelizmente, apanhei a meio na Sic Notícias, no Sábado de manhã.

O programa era, precisamente, sobre a revolução e sobre a vida de Fidel.

Os tais salgadinhos, balões e serpentinas... Ou melhor, o tal fogo de artifício era fogo de balas reais, destinadas a executar (leia-se fuzilar) em praça pública os que se opunham à tal democracia.

Confesso que nunca estive em Cuba, mas, a julgar pelas imagens que o referido programa mostrou, essa coisa de não gastar nem um centavo é verdade... Para alguns.

A cultura do povo também é verdade... Para alguns.

O bem estar também é verdade, para alguns. As imagens de La Havana falam por si: pobreza extrema num lado da cidade e riqueza e luxo, comparados a Beverly Hills ou aos casinos de Las Vegas, no lado oposto.

Quanto às famosas eleições, pode até ser verdade, mas uma coisa é certa: todo o poder está concentrado na mesma pessoa há 48 anos. Será que as "eleições" são assim tão livres?

Por uma questão de imparcialidade, que tal ouvir, também, a irmã de Fidel Castro, ela própria exilada nos Estados Unidos por não estar de acordo com o regime?