sexta-feira, 25 de maio de 2007

As declarações de Mário Lino

Os compinchas do Sr. Sócrates, quando se sentem debilitados nas suas funções, menos importantes ou pouco falados na comunicação social, têm maneiras muito peculiares de fazerem notar a sua presença.

Aconteceu, por várias vezes, com Manuel Pinho, aconteceu com Correia de Campos, com a Ministra da Educação e, agora, apareceu, novamente, Mário Lino que, qual dondoca histérica e ressabiada, a engolir palavras e armado em engraçadinho, deixou, a avaliar pelas imagens transmitidas nas diversas televisões, os convivas que o ouviam meio atónitos, sem palavras e a olharem uns para os outros com alguma vontade de rir.

Ora, vontade de rir, para não acabarmos todos a chorar, é, precisamente, o que deve dar à populaça quando ouve o excelentíssimo ministro dizer que a margem sul do Tejo não tem gente, não tem hospitais nem escolas, não tem actividade e que, resumindo e baralhando, é um deserto, palavras que, por si, são uma verdadeira aberração e constituem um grave insulto à populaça que vive naquelas bandas.

Ainda assim, façamos uma tentativa para melhor entender as palavras proferidas e, agarrando nas afirmações totalmente ridículas do senhor ministro, tomemos as mesmas como potencialmente válidas e idóneas.

Nesse caso, verificamos que o senhor ministro não percebe puto da matéria do seu ministério, já que, uma análise mais atenta, permite verificar que outros países, europeus e não só, constroem aeroportos precisamente em locais quase desérticos, de modo a criar mais infra-estruturas e mais actividade que permitam um potencial crescimento dessas mesmas zonas.

Além disso, senhor ministro, dizem os livros que, por questões de segurança e bem-estar da populaça, um aeroporto deve ser construído em locais minimamente afastados dos grandes centros urbanos, uma vez que a passagem das aeronaves a baixa altitude causa vibrações e decibéis a em excesso que prejudicam, entre outros, o doente que se encontra acamado, no hospital, a recuperar duma eventual operação, os alunos que tentam atinar com a matemática de que o senhor ministro tanto gosta ou o cidadão que tenta dormitar durante a tarde porque ainda tem um emprego nocturno numa qualquer fábrica de pão cá do burgo.

Se o senhor ministro olhar as coisas por este prisma, que é, a meu ver, o mais correcto, e puser de parte essa teimosia governamental do quero, posso e mando, então verá que o deserto a que se referiu nas suas inúteis declarações passa a ser uma boa, e válida, solução, melhor do que qualquer Ota.

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