sexta-feira, 4 de julho de 2008

Era uma vez

Era uma vez um pequeno canto à beira mar plantado onde as coisas não têm corrido pelo melhor, especialmente desde que um tal Sr. Sócrates subiu ao poder, levando com ele, para o seu executivo, uma série de carolas que, nos respectivos ministérios, só têm feito porcaria.

A populaça deste pequeno país anda preocupada, não de agora mas desde há bastante tempo, ao aperceber-se que a economia vai de mal a pior e que as condições de vida têm vindo a deteriorar-se duma maneira nunca vista.

Muita gente deste pequeno burgo interroga-se sobre o futuro das suas vidas, ao verem as empresas onde trabalham a fecharem as portas, como as 500 empresas que abriram falência nos primeiros seis meses deste ano de 2008, o que se traduz num aumento de qualquer coisa como 30%.

Interrogam-se, também, os mais pobretanas, ou seja a grande maioria da populaça, sobre a redução dos veículos ligeiros, quando, a cada esquina, se vêem grandes bólides, tão, ou mais, caros como um apartamento T2.

Se calhar tem alguma coisa a ver com grandes empresas, como o grupo Águas de Portugal, que, ao contrário daquelas que abrem falência, vão acumulando dívidas brutais, que, de acordo com o Tribunal de Contas, deverão ascender a cerca de 1,7 mil milhões de euros, tendo, no entanto, capacidade para distribuir carripanas aos seus administradores, num valor que rondou os dois milhões e meio de euros.

Má gestão, com os administradores a acumularem funções, e má influência do governo socialista, com certeza, já que a Águas de Portugal Internacional, por exemplo, tem sido um instrumento usado para a internacionalização do executivo.

No meio da confusão reinante, ainda há quem não tenha papas na língua, apesar das vendas de pão terem registado uma descida de 30% nos últimos dois anos, permitindo uma poupança de 18 euros mensais para aqueles que deixaram de comprar este bem alimentício, e ponha a boca no trombone (citação vinda do lado de lá do Atlântico, agora sem problemas por causa do acordo ortográfico), afirmando que as empresas públicas roubam os cidadãos, à custa de esquemas enganadores e taxas e preços especulativos, muito acima do livre jogo da oferta e da procura de mercado.

Frustrada e triste, a populaça ainda leva com mais uma porrada psicológica quando volta a ser relembrada, por uma bosta dum relatório vindo lá dos lados da OCDE, que ganha menos de metade do que a média dos vencimentos auferidos nos outros países da Zona Euro.

Diz o malfadado, mas realista, relatório que o cidadão cá do burgo ganhou, em média, 11.616 euros, contra os 25.290 da média dos países da OCDE, e que só quatro ou cinco países é que se apresentam piores que nós.

O mesmo documento diz, ainda, que o desemprego tem vindo a aumentar e que 2009 vai ser uma desgraça neste campo, com Portugal a figurar como um dos países mais afectados.

Situação preocupante, sem dúvida, porque nem Luís Filipe Vieira, presidente do glorioso clube que se assume como um dos mais importantes símbolos da nação, escapa à eventualidade do despedimento, depois da discussão e aprovação do orçamento do clube que levou o senhor a ser ameaçado por alguns sócios, tendo que recorrer a escolta policial para sair das instalações da Luz.

A precária situação do país manifesta-se de tal forma que até os mais ilustres emigrantes cá do burgo têm as suas dúvidas ao receberem propostas para voltarem à terriola de origem, como é o caso de Carlos Queiroz que pode passar de mero adjunto a seleccionador nacional, ganhando, obviamente, uns milhares a menos.

Resumindo, e concluindo, tudo o que tenha a ver com este pequeno burgo, moribundo graças às nefastas linhas políticas dos últimos anos, pauta pela negatividade e pelo pessimismo da populaça, que não consegue vislumbrar, sequer, uma ténue luzinha ao fundo do túnel.

2 comentários:

Norberto disse...

Caro Johnnyzito,
Os insólitos aceitam o convite e agora há que fazer o jogo da palhinha para ver, de todos, quem é o primeiro a ir ao pote.

abraço.

Mac Adame disse...

Há uma luz ao fundo de um túnel: o túnel que nos leva daí para fora. Que era o que deviam fazer todos, que depois eu queria ver quem é que eles roubavam. Tinham de trabalhar pela primeira vez na vida, é o que é.