terça-feira, 1 de julho de 2008

Tretas económicas

Hoje entra em vigor essa treta da redução da taxa máxima do IVA de 21 para 20%.

Trata-se duma redução ridícula, que vai de encontro ao ouvido português, um pouco à semelhança daqueles anúncios que apregoam determinados produtos por 1.999,99 euros, o que soa bem melhor do que 2.000.

Treta da grande, digo eu, entre tantas outras vozes da populaça cá do burgo, já que é uma medida do mais populista que se tem visto nos últimos tempos e que não vai mexer em nada nas finanças das famílias portuguesas.

Aliás, tendo em conta as novidades que vão aparecendo um pouco por toda a parte, esta redução até se pode transformar num agravamento para as carteiras dos cidadãos, com as taxas de juro a subirem mais uma vez, os bilhetes do Metro a aumentarem cinco cêntimos, a inflação a subir sem parar e o preço dos combustíveis a ser “actualizado” constantemente, entre outras situações.

Algumas empresas nem sequer se dão ao trabalho de actualizar os preços dos seus produtos, de tão ridícula que se torna a redução, e preferem aplicar a missiva “IVA à taxa legal”, sem divulgar o valor do imposto.

Para os mais distraídos, fica um exemplo prático.

Ontem, ao comprar um produto cujo preço base fosse 10 euros, o consumidor pagou 12 euros e dez cêntimos.

Hoje paga, somente, doze euros certos, ou seja, uma merda de dez cêntimos que não dão, sequer, para mandar cantar um cego.

Imagine, entretanto, caro leitor, que o tal do produto é um consumível qualquer que dura cinco meses.

Fazendo um exercício de matemáticas aplicadas, chegamos à conclusão de que a melhoria, ou poupança, se assim lhe quisermos chamar, se cifra nuns fabulosos dois cêntimos por mês.

Há alguma coisa, por este burgo fora, que se possa comprar com dois cêntimos, numa de investimento?

Sem comentários: