quarta-feira, 1 de outubro de 2008

A populaça pode estar serena

O plano de recuperação da economia norte-americana, proposto pela administração Bush, não foi aprovado e vai voltar a ser discutido, o que, entretanto, continua a provocar alguma instabilidade nas restantes economias mundiais.

O Banco do Japão injectou mais uns milhões na economia lá do sítio, pela décima primeira vez, enquanto muitas empresas europeias – leia-se grandes e poderosas empresas europeias do sector financeiro – safam-se da, mais do que certa, falência graças a malabarismos financeiros que incluem o recebimento de avultadas quantias, compra de passivos por parte dos governos, etc, etc.

A crise chegou, mesmo, ao Futebol Clube do Porto, que mais parecia uma equipa amadora da quinta divisão, sem estofo para aguentar o ímpeto do Arsenal e que acabou por ser, humilhantemente, goleada por quatro secos a zero.

Mas a crise é para os outros e a populaça pode dormir descansada, já que o Starbucks já abriu – com cafés a 1.20€ e Frappuccinos Mocca a 3.45€, entre qualquer coisa como 87.000 combinações de café diferentes – e, como somos diferentes e economicamente sólidos, saudáveis e independentes, não temos nada a temer, uma vez que, no sábio entendimento do senhor Sócrates, as poupanças da populaça lusa estão a salvo, graças à capacidade de resistência das instituições financeiras nacionais.

Poupanças…

Fazia bem melhor se fosse gozar com o pénis, em vez de mandar estas bocas ridículas que só servem para deixar ainda mais frustrado, desiludido, de mau humor e com vontade de partir qualquer coisa, a quem, tantas vezes, chega ao fim do mês com dois ou três euros na conta bancária (conta bancária, sim. Não é na carteira!), depois de ver dois ordenados esfumarem-se com o pagamento da prestação e das contas ordinárias da casa, do colégio da cria, a prestação da máquina da loiça (um luxo), a compra dos passes sociais e dois jantares, numa qualquer tasca baratinha, necessários para espairecer e manter a sanidade mental da família.

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