sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Indignação a quanto obrigas

Durante este processo de cura da maldita gripe, estava, pacatamente, deitado a ver as notícias e a indignação com que recebi duas delas obrigou-me a levantar e correr para o computador.

Falo, concretamente, das balelas com que nos brindou o ministro Teixeira dos Santos e da novela da pequena Esmeralda.

No primeiro caso, relembro que, há relativamente pouco tempo – e já a tão falada crise estava instalada – o ministro, que deve ser um dos predilectos do Sr. Sócrates, pintava um cenário cinzento para o futuro imediato cá do burgo, feito, sem dúvida, com base em números e projecções que, já na altura, não agoiravam nada de bom.

Agora, o governo vem apresentar um novo orçamento – ou, se assim lhe quiserem chamar, uma adenda ao orçamento original – onde o cenário passa a negro.

Não sou economista nem político, mas tenho sérias dúvidas sobre se, na altura da apresentação do primeiro orçamento, o Sr. Sócrates e o seu digníssimo ministro já não teriam na sua posse os dados necessários para trazer à populaça um orçamento realista, em vez de andarem a passar manteiga no dorso dos cidadãos.

Da mesma maneira, não sendo economista nem político, não entendo como é que este governo, face à crise que admitem, cabalmente, existir e face às incertezas que advêm da mesma, continua na senda do despesismo – falo, por exemplo, do projecto do TGV e da nova ponte sobre o rio Tejo – em vez de deitar, convenientemente, contas à vida e cortar neste tipo de imbecilidades que engolem milhões de euros pagos, em impostos, pela populaça.

No segundo caso, continuo a não conseguir entender como é que a felicidade da pequena criatura é posta acima da merda de medida imposta por um qualquer tribunal deste país.

Estava mais do que demonstrado que a criança era feliz – para não dizer muito feliz – com os pais que a adoptaram em bebé, e tal facto é reafirmado, por outras palavras, por um tal de colégio de Psiquiatria, ou coisa que o valha, que continua a estar contra a decisão do tribunal.

Acho incorrecto, até indecente, a maneira como a quadra natalícia foi aproveitada para, posteriormente, manter a menina junto à criatura com ar de mafioso convicto, sempre vestido com aquela farpela negra adornada com uma gravata branca.

Não sou psiquiatra, mas, como pai que acompanha o crescimento duma pequena cria e que verifica, no dia-a-dia, que a personalidade, as convicções, o discernimento do que é bom e do que é mau, os hábitos e tudo o que é inerente à formação dum ser humano são aspectos que se adquirem e exploram desde muito tenra idade, não consigo entender como é que alguém espera que uma criança de sete anos comece, do zero, uma nova vida sem que hajam distúrbios emocionais imediatos e sequelas, que podem bem vir a ser graves, no futuro.

No meio de tanta falta de sensatez, só espero, sinceramente, que a pequena Ana Filipa, Esmeralda, Porto, Lagarto, Aidida ou lá que raio de nome lhe venham a conferir, consiga ser o que uma criança, na plenitude do seu crescimento, merece ser…

Ser feliz!

Ainda indignado, vou voltar para a cama!

3 comentários:

Anónimo disse...

As melhoras!

P.s. reparei que na sua lista de "outros produtores" nao consta ninguem com a letra R. Experimente e veja se gosta: rveblog.blogspot.com ;)

Johnnyzito disse...

Duplamente agradecido e o Detalhes de Edith já consta na lista, passndo, assim, a ser alvo de leitura assidua.
JG

Anónimo disse...

Vê se tratas desses "Virus" porque no próximo dia 1 de Fevereiro, pelas 11 horas, temos ....
Adrenalina ... vrummmmmm...

Um abraço e beijinhos prás donzelas